Quando os ocupantes de uma edificação apresentam sintomas como dores de cabeça, fadiga, irritação nos olhos, nariz e garganta em um percentual que ultrapassa 20% do total, esses problemas de saúde extrapolam as pessoas e o diagnóstico encontra-se nos aspectos construtivos desse imóvel, e atende pela sigla SED, ou Síndrome do Edifício Doente, uma patologia reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde o ano de 1982.
Segundo especialistas o principal fator causador da SED é a condição interna de qualidade do ar, cuja origem usualmente está relacionada à concepção do projeto do edifício, especialmente dos sistemas de ar-condicionado, associado a um inadequado plano de manutenção periódica nos equipamentos.
Os sistemas de ventilação inadequados são grandes vilões para a ocorrência desse problema, sendo responsável por mais de 50% dos casos, de acordo com estudo realizado em 1989 pelo NIOSH, sigla em inglês do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos, seguido pelos contaminantes internos e externos, contaminação microbiológica, contaminantes em materiais de construção e outros não identificados.
Diante dessa realidade, cuja origem é atribuída à forma hermética como os edifícios são concebidos, resultando na necessidade de climatização artificial, é fundamental a contratação de projeto específico, que priorize a captação do ar externo ou utilize tecnologias que a substitua, com especial atenção ao ar-condicionado, que deve vir acompanhado de um plano de manutenção adequado.
Para garantir que a edificação apresente ar de qualidade adequada, alguns fatores devem ser observados na fase de concepção do projeto, associados à qualidade do ar no interior do edifício, como a taxa de renovação do ar, a filtragem de ar e as distâncias dos pontos de captação das tomadas de ar externo de possíveis fontes poluidoras, esta última ementada na Norma NBR 16.401 – Parte 3, da ABNT.
Dentre os erros de projeto mais comuns causadores da SED, encontram-se listadas a taxa de renovação de ar insuficiente ou inexistente, tomada de ar de renovação posicionada em local inadequado, filtragem de ar inadequada para a utilização dos sistemas atendidos, salas de equipamentos inadequadamente dimensionados, que não permitem manutenção e higienização, falta de pontos de acesso para limpeza e higienização dos dutos e falta de meios de balanceamentos dos volumes de ar (registros, dumpers, etc.) ou falta de acesso a eles.
Se a síndrome for detectada, é necessário que um especialista em qualidade do ar seja convocado para diagnosticar e identificar a causa do problema, que poderá indicar normas tecnológicas para desinfecção do ambiente, uma delas denominada fotocatálise, mas é fundamental lembrar que a obediência à periodicidade de manutenção é a forma mais eficaz para evitar que o edifício adoeça.
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