Sempre que o noticiário dos jornais estampam notícias sobre corrupção, especialmente quando se discute a variação patrimonial dos envolvidos, surge uma discussão sobre o real valor dos bens declarados. O que muitas vezes se omite é a existência de uma ciência, com grande difusão em nosso país, denominada Engenharia de Avaliações.
Desde os primórdios do século, em decorrência de a utilização da metodologia científica ser aplicada na avaliação de imóveis em países desenvolvidos, a Engenharia de Avaliações vem se desenvolvendo como uma ciência autônoma, com a utilização de processos cada vez mais avançados na busca da determinação do valor.
O crescimento urbano verificado nos grandes centros no período anterior à Segunda Guerra Mundial conduziu o poder público a um grande número de desapropriações, o que abrigou o implemento de estudo no campo das avaliações imobiliárias.
Paralelamente, o avanço do setor imobiliário permitiu aos engenheiros que participavam das desapropriações acompanharem a evolução do mercado, em especial no que se referia às transações e locações.
No final da década de 1930 a utilização da estatística como ferramenta indispensável da prática da Engenharia de Avaliações permitiu aos profissionais apresentarem estudos concretos. Esses conceitos, hoje tão comuns em casos de avaliações imobiliárias elaboradas por engenheiros, se incorporaram definitivamente à espécie, ao lado de análises relativas ao uso e ocupação do solo, posturas municipais, infraestrutura urbana, depreciação física, custo de construção e conceitos arquitetônicos.
Tudo isso só foi possível porque as variáveis que compõem a formação do valor vêm sendo estudadas por profissionais e entidades, na busca constante de métodos e técnicas que garantam uma conclusão segura nos trabalhos arquitetônicos.
O profissional, oriundo de um curso de formação em Engenharia Civil ou Arquitetura, dispõe no currículo escolar de cadeiras que integram os requisitos indispensáveis ao manuseio da técnica avaliatória, permitindo, assim, que as avaliações se divorciem das opiniões e se apresentem com a objetividade necessária à completa fundamentação na determinação do valor imobiliário.
Essa metodologia teve um marco na história da Engenharia de Avaliações, quando o Engenheiro Luiz Carlos Berrini, na década de 1940, escreveu a mais significativa obra do gênero, o livro intitulado Avaliações de imóveis.
Nesse trabalho, o sábio profissional procurou englobar os conceitos fundamentais para identificação dos atributos que compõem o valor do imóvel, no que se referem às testadas, profundidades, relações entre frente e fundos, área equivalente e tantos outros que fundamentam o trabalho do técnico.
Com a evolução dos processos avaliatórios, novos estudos foram surgindo, que resultaram na Norma Brasileira para Avaliação de Bens (NBR 14.653) da ABNT, que é composta de sete partes: básica, imóveis urbanos, imóveis rurais, empreendimentos, máquinas e equipamentos, bens ambientais e patrimônio histórico.
Toda a metodologia se baseia no uso da estatística inferencial, uma técnica eficaz na busca da fundamentação do objetivo do trabalho avaliatório, que permite as análises necessárias a real situação da questão colocada em discussão.
Nesse contexto, o Brasil sediará o I Seminário Internacional de Normas Internacionais de Avaliações, promovido pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), em conjunto com o International Valuation Standard Committee (IVSC), ou Comitê Internacional de Normas de Avaliação, quando serão discutidas as normas nacionais e internacionais, bem como o estado da arte do mercado imobiliário atual.
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