Dentre as várias discussões que a contemporaneidade nos traz, a otimização do aproveitamento das matrizes energéticas ocupa lugar destacado e, nesse contexto, em meio às diferentes formas de gerar eletricidade, a energia solar vem, cada vez mais, ganhando espaço em todo o mundo.
Consta-se que a história da utilização da energia solar para fins específicos começou ainda na era antes de Cristo quando, na Idade Moderna, um alambique solar foi construído, assim como uma cadeira solar, iniciando o processo de aproveitamento da energia solar para a geração de energia mecânica. No começo da década de 1910, foi inaugurado, por uma empresa britânica, um grande sistema solar de irrigação às margens do Rio Nilo e, em 1950, o marco definitivo para o aproveitamento da energia solar foi estabelecido quando se descobriu que os materiais semicondutores expostos à luz do sol possuíam a capacidade de gerar energia elétrica.
A construção civil brasileira, em meio à tentativa de colaborar com um desenvolvimento sustentável do setor no país, não poderia ficar à margem de tal discussão, até porque os certificados de sustentabilidade concedidos às construções vêm fornecendo ao setor e à comunidade de forma geral discussões mais aprofundadas sobre alguns temas. Os termos “zeronet” e “auto-suficientes” tornaram-se obsessões em projetos, sejam eles empresariais ou acadêmicos, que visam que um prédio ou casa tenha condições de produzir a energia que venha a ser consumida por seus moradores.
Por diversos motivos, a energia solar ainda é uma opção custosa no Brasil em média, os gastos empregados são recuperados em 15 anos, além disso, a maioria dos equipamentos usados são importados, mas alguns sinais indicam que tal quadro pode estar mudando. Uma empresa localizada no ABC paulista iniciou a utilização de energia solar para atender toda sua área social. Paralelamente, criou uma vertente de suas operações que se dedicará exclusivamente ao tema, tratando de projetos da área e da instalação de fotovoltaicos, painéis compostos de células solares que propiciam a captação da energia proveniente do sol. Existe, ainda, um projeto universitário na Universidade Católica do Rio Grande do Sul que estuda a viabilidade de produzir-se painéis de silício, atualmente provenientes do exterior, no Brasil.
Seguindo o exemplo da Alemanha, nação com maior sucesso no incentivo às fontes energéticas renováveis, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina elaboraram projeto que mostra que o Brasil possui condições de, em 2012 ou 2013, equiparar o custo-benefício das energias solar e convencional, sendo uma das medidas planejadas pelos pesquisadores, incluir a chamada “tarifa- prêmio”, isto é, um incentivo aos consumidores que adotem a energia solar.
Infelizmente, muitas vezes os estudos e pesquisas produzidas por nosso meio acadêmico não encontram grande receptividade no meio político brasileiro, restando a esperança de que o assunto poderá atrair as atenções dos novos líderes, seguindo a tendência mundial de prestigiar a chamada “energia limpa”.
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