A crise econômica deflagrada recentemente nos mercados financeiros mundiais assusta governos e cidadãos, apesar de o Brasil não ter sido, ao menos por enquanto, afetado na mesma proporção que outras economias, o país já espera uma série de dificuldades no próximo ano, uma delas, talvez a principal, é quanto ao crescimento do PIB em 2009.
Se a crise econômica é preocupante, o mercado imobiliário brasileiro continua apresentando resultados significativos, crescendo em ritmo acelerado há consistente intervalo de tempo, tornando-se um setor que vem movimentando a economia brasileira, alicerçado num significativo déficit habitacional.
Dentre as razões para isso, o contingente de mão-de-obra contratado destaca-se. Para se ter uma melhor ideia, quase 36 mil trabalhadores foram contratados pela construção civil no último mês de agosto, cujo número mostra-se expressivo não só em seu valor absoluto, já que representa 15% dos contratados em todo o território nacional durante o período. Comparado ao mesmo período de 2007, o número demonstrou aumento superior à casa dos 36%, consequentemente, deduzimos que a contratação da mão-de-obra é um assunto repleto de boas novas, entretanto, a realidade não é tão positiva como parece.
Se muitos empregos vêm sendo criados, a mão-de-obra encontrada, por outro lado, é avaliada em geral como despreparada. Pesquisas revelam que, a cada cinco trabalhadores de canteiros de obras, um é analfabeto, entretanto, apenas um, para piorar o quadro, estudou mais do que quatro anos. Vale lembrar que a remuneração da profissão é baixa, mais da metade dos trabalhadores da área recebem até dois salários mínimos.
Para minimizar o problema, algumas empresas do ramo já submetem futuros funcionários a cursos de qualificação técnica. Até o momento, cerca de 18% dos já empregados possuem formação em curso qualificante ou treinamento realizado, como revelam dados de pesquisa elaborada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
Já existe projeto, embora sem previsão de aplicação, para que seja instituída uma habilitação para reconhecimento de trabalhadores da construção civil, cuja proposta, de abrangência nacional, cria cursos de capacitação com certificados reconhecidos pela ABNT e pelo Inmetro.
De uma forma geral, apesar do nível de qualificação da mão-de-obra brasileira ainda não estar próximo do ideal, sua graduação elevou-se claramente nos últimos anos. Nada mais justo que não só a construção civil, mas também outros setores que ainda carecem de empregados com maior preparação, adotem posturas para elevar o nível de seus funcionários, fazendo com que uma expressiva parcela da população brasileira seja beneficiada.
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