Construção em série

Publicado em 6 de setembro de 2009

A linha de montagem foi uma criação do industrial norte- americano Henry Ford, fundador da fábrica de automóveis de mesmo nome, na segunda década do século passado, sendo considerada uma das maiores inovações tecnológicas da era industrial, pois resultou em um significativo decréscimo de tempo na produção de bens, refletindo no preço dos produtos o que tornou os carros mais acessíveis a outras classes sociais.

Hoje, este princípio chega à indústria da construção civil, cuja retomada dos programas de habitação popular obriga as construtoras a produzir casas em série, o que resultará na redução dos preços, universalizando o acesso à casa própria.

Esses novos modelos vão desde a utilização de formas para as paredes até a fabricação de cômodos inteiros pré-moldados, sendo o mais comum a parede de concreto, que segue uma modelagem usada no programa habitacional do governo mexicano há mais de dez anos.

Este tipo de construção é desenvolvido em cinco fases, na primeira delas compreende uma base de concreto que serve de fundação, sobre a qual são montadas as formas inteiras das paredes. Em seguida, são colocadas as instalações elétricas e hidráulicas, bem como são montadas as formas externas.

Com as formas concluídas, o concreto é lançado nos moldes, que são desmontados após a secagem do concreto e armazenados ao lado, para a próxima casa, sendo finalizado com a cobertura e pintura, encerrando assim o processo de construção, que dura aproximadamente 20 dias, da fundação ao acabamento.

Cada conjunto de forma, que custa o equivalente a aproximadamente 700 vezes o CUB (Custo Unitário Básico), calculado pelos SINDUSCON’s, é capaz de produzir quatro casas por semana, resultando em uma economia de 10,00% em relação ao sistema convencional, além de garantir padronização à construção, independente da qualidade dos materiais e qualificação da mão de obra.

O outro sistema, de cômodos pré-moldados, resulta uma finalização de 70,00% do trabalho ainda na fábrica, embora possua limitações logísticas, devido à questões de transportes, mas é igualmente vantajosa, não só nos aspectos econômicos, mas na redução do desperdício, pois as paredes industrializadas não necessitam de nenhum preparo, requerendo somente pintura.

Os métodos industrializados também resultaram em mudanças nas especialidades profissionais, sendo comum a figura do engenheiro de processos que gerencia o processo de produção em série das novas casas, cuja formação é em engenharia civil ou de produção.

Também na indústria essa nova sistemática irá se refletir, especialmente no setor cimenteiro, que prevê um percentual de 70,00% no mercado de habitação popular utilizando construção de concreto, além dos fabricantes de formas, que já experimentam significativa expansão.

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