O arquiteto Jaime Lerner, ex-governador do Paraná, ex-prefeito de Curitiba e conselheiro do Movimento Planeta Sustentável, tem uma crença de que cidade não é problema, mas solução, pois afirma que toda cidade, independente do local em que se situa, pode melhorar sua qualidade de vida em um período inferior a três anos, sendo necessárias decisão política e visão estratégica que façam com que as forças da comunidade atuem a favor.
Além disso, indica que três dos vários problemas que as cidades enfrentam são essenciais à correção do rumo: mobilidade, sustentabilidade e diversidade social, mostrando que os cidadãos podem contribuir para essa melhoria, desde que usem menos o carro, morem mais próximos aos locais de trabalho e entendam que a sustentabilidade é uma equação entre o que se poupa e o que se desperdiça.
Essas ideias se disseminam mundo afora, prova disso é que, em junho de 2011, foi realizada em São Paulo a conferência da Rede C40, que contou com 40 cidades participantes e 19 afiliadas, quando ocorreu ampla discussão sobre a forma de combate às mudanças climáticas, cujo ponto alto foi a troca de experiências sobre projetos que tiveram como resultado a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Algumas delas mereceram destaque, como o caso de Los Angeles, nos Estados Unidos, onde o consumidor pode optar por receber em casa energia renovável, a um custo pouco superior; em Seul, na Coréia do Sul, cujos motoristas podem aderir a um programa de rodízio voluntário, deixando o carro em casa um dia na semana, em troca oferece-se estacionamento grátis em outra data e desconto em impostos, o que resultou na redução de 10% nas emissões de gases estufa.
Outras iniciativas aplaudidas vieram de Chicago, nos Estados Unidos, que implantou um programa de substituição das luzes convencionais dos semáforos por LED, resultando em uma economia de 85% de energia ao ano, ou redução US$ 2,5 milhões anuais nas despesas, e Amsterdã, na Holanda, cujo projeto de estímulo à aquisição de carros elétricos espalhou pela cidade em pontos públicos de recarga de bateria, sem nenhum custo até 31 de março de 2012.
Exemplos diversos de sustentabilidade para as cidades são também anotados, como a criação e ampliação de parques tal como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma área verde de 12 m2 por habitante, e cita-se o caso de Estocolmo, na Suécia, onde cada morador vive a menos de 300 metros de uma reserva florestal.
Somam-se a estas outras ações a implementação de ciclovias, que amenizam o trânsito e diminuem a emissão de poluentes, em Amsterdã, com seus 400 km de vias, e Estocolmo, com nada menos de 760 km destinados às bicicletas; a colocação de painéis solares, que são também uma forma de energia renovável, que evita o caso de combustíveis fósseis; e até mesmo o polêmico pedágio urbano, já adotado em Londres e Estocolmo, que se mostrou eficaz na redução dos congestionamentos e na poluição do ar.
A importância dessas medidas levou à criação de um prêmio que elege as “cidades verdes” da Europa, que servirão de modelo para outras do mundo, que teve início em 2010, com a escolha de Estocolmo; em 2011, a cidade eleita foi Hamburgo, na Alemanha. Segundo a comissão que organiza a premiação, “se as cidades querem prosperar, eles precisam aprender a preservar os recursos naturais que sustentam suas economias e a qualidade de vida de suas crescentes populações urbanas”.
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