Retrofit verde

O retrofit é uma técnica crescente no mercado imobiliário, consistindo na adaptação e melhoria de velhos edifícios, que assumem novos padrões de aproveitamento, cujo principal fundamento consiste no aproveitamento estrutural, uma vez que o aço, a areia e o cimento utilizado já cumpriram seu ciclo, não justificando a construção de um novo.

No que se refere às discussões sobre redução de emissão, a construção civil tem despertado grande atenção, haja vista que o setor, tanto construções novas como renovações, é responsável por 30% de todo o uso de energia, emissão de gases de efeito estufa e geração de dejetos.

Neste último quesito, o setor da construção apresenta um índice de 20% de tudo o que é consumido é eliminado, portanto a reforma sustentável não significa apenas eficiência energética e reaproveitamento hídrico, mas envolve também a utilização de materiais de baixo impacto ambiental, madeira certificada e métodos construtivos eficientes.

Ao se iniciar um retrofit com foco na sustentabilidade o principal objetivo é a busca de uma maior eficiência energética, item que tem se tornado foco de discussões ambientais, e o maior exemplo está no pacote ambiental do governo Barack Obama, que destinou US$ 20 bilhões aos programas de aumento de eficiência no uso de eletricidade.

Mas o projeto de readequação de uma edificação não deve focar somente neste item, em função do enorme espaço de tempo que as pessoas passam dentro dos edifícios, portanto, precisa-se de conforto ambiental, que compreende ventilação natural, aumento do verde e interesse paisagístico.

Um dos grandes destaques começa por cima, com a implantação do “telhado verde”, um sistema instalado na cobertura do edifício com plantio de espécies vegetais, cuja água é retida pelas plantas ou escoa pelo sistema de drenagem, diminuindo a temperatura interna e o uso do ar condicionado.

A existência das plantas refrigera o ambiente, atrai pássaro e cria paisagens, sendo que sua utilidade foi testada em uma experiência nos Emirados Árabes, em um conjunto de prédios, cuja implantação dos telhados verdes resultou na redução em até 5º C no entorno desses edifícios.

Alguns itens são também recomendáveis, começando pela água de reúso, que consiste em recolher a água das pias de banheiro e cozinha, assim como as águas pluviais (de chuva), que são levadas a uma pequena estação de tratamento e guardadas em um reservatório, para posterior utilização em uma tubulação exclusiva para os vasos sanitários.

Os ambientes internos devem possuir escadas com degraus vazados, que melhoram a circulação de ar entre os andares, além de serem instaladas divisórias baixadas, visando facilitar a ventilação cruzada, sendo que os ambientes fechados devem ser equipados com basculantes na parte superior, para facilitar o escoamento do ar quente.

Nas fachadas, a colocação de vidros espelhados mantém a temperatura interna durante sol forte, devendo ser previstos mecanismos que permitam a abertura das janelas em determinadas horas do dia, para aproveitar a ventilação natural.

Além disso, nessas janelas, em função da face em que estão voltadas, podem ser instaladas jardineiras com pequenas plantas, visando o controle do ambiente externo, uma vez que experiências mostram que o ar que passa pela vegetação pode diminuir a temperatura em até 3º C.

Esses são apenas alguns exemplos do muito que pode ser feito pela sustentabilidade, o importante é que retrofit ecoeficiente está chegando para ficar, pois reformar um edifício deixou de ser um mero exercício estético para se tornar uma obrigação com o futuro do planeta.

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