A tragédia do “puxadinho”

Publicado em 4 de setembro de 2011

Uma tarde ensolarada e fria de agosto marcou a trágica morte do economista Antônio Barros de Castro, cuja notícia ecoou rapidamente pela internet, por se tratar de um respeitado professor que havia presidido o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), embora tenha chamado a atenção o fato de ter sido vítima do desabamento de uma laje em um escritório anexo à edificação principal de sua casa.

Segundo informações colhidas posteriormente ao acidente, especialmente por técnicos que vistoriaram o imóvel, tratava-se de um cômodo adaptado, que já existia quando a família adquiriu o imóvel, e que desmoronou porque a laje estava engastada apenas em um dos lados. As ferragens dimensionadas incorretamente indicaram que a obra não seguiu os padrões técnicos recomendados.

Essa tragédia, por ter atingido uma personalidade de renome nacional, foi amplamente divulgada na mídia, servindo para alertar todos aqueles que se arriscam a empreender essas reformas com acréscimo de área, utilizando uma área disponível anexa ou fazendo com que o imóvel ganhe um andar adicional, construindo sobre a laje já existente.

Todos aqueles que já se arriscaram a realizar uma reforma no imóvel têm a exata dimensão dos problemas e dissabores que poderão encontrar, começando pelo rombo no orçamento, que na maioria esmagadora das vezes decorre de um fenômeno que ganhou uma gíria, chamada “jaquê”, pois decorre do pensamento de que “já que estou fazendo isso, porque não fazer aquilo?”, o que resulta em um trabalho muito maior, além de originar o famoso retrabalho, obrigando à quebra e tendo muitas vezes que refazer o que estava pronto.

Embora a questão orçamentária seja de vital importância no momento de tomarmos a decisão em iniciar ou não uma reforma no imóvel, uma preocupação importante ao realizar uma obra é a segurança, que pode resultar em uma tragédia muitos anos após a sua conclusão, como relatado na morte do respeitado professor e economista, mas que também pode ocorrer durante a fase construtiva, decorrente, por exemplo, de uma demolição indeterminada, que atinja um elemento estrutural da edificação.

Independente da motivação, seja orçamentária ou a preocupação com a segurança, existe um consenso de que os passos a serem seguidos devem ser delineados anteriormente a qualquer iniciativa relacionada à futura reforma, que deve se apoiar no tripé compreendido pelo planejamento das etapas, escolha de bons profissionais e paciência em seguir as etapas estipuladas.

A fase de planejamento começa com a definição do proprietário sobre os itens que pretende executar, uma vez que a exata especificação de seus desejos é fundamental para o projeto a ser executado, como a construção de um banheiro, que pode alterar o sistema de distribuição de água e esgoto do imóvel, assim como a abertura de um vão, que pode exigir reforço estrutural.

Terminadas a discussão e a definição do que será feito, torna-se imperativa a escolha dos profissionais que irão dar forma aos sonhos, que se dividem no grupo que irá executar os projetos e aqueles que irão concretizar a obra, devendo sempre a fase de projetos ser bem discutida e definida, evitando-se interferências no curso da obra.

O terceiro ponto é a paciência dos proprietários, uma vez que o trabalho de reforma, por menor que seja, pode trazer problemas no futuro, como descrito inicialmente, que vão desde o aumento de despesas até a ocorrência de uma tragédia, portanto é fundamental que todo o planejamento seja seguido e a determinação dos profissionais obedecida integralmente.

Acreditamos que, de forma sucinta, essas recomendações possam ser úteis a todos que imaginam iniciar uma reforma, podendo fazer com que os transtornos habituais possam ser compensados com a concretização de uma obra com qualidade e segurança.

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